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Ética pode evitar prejuízo.

  • Adriana Silvestrini -
  • 31 de ago. de 2016
  • 3 min de leitura

Em meio à corrupção, a conduta correta de colaboradores e executivos pode ajudar a empresa a se proteger de problemas.

Mônica Aiub - Filósofa clínica e diretora do Interseção –Instituto de Filosofia Clínica de São Paulo*

Desde as recentes séries de escândalos desencadeados por empresas envolvidas com corrupção e fraudes – que abalaram a economia brasileira –, a ética nunca esteve tão em pauta. Se o filósofo Aristóteles estivesse vivo, os mesmos questionamentos feitos por ele no livro Ética a Nicômacos, escrito em 350 a.C, na Grécia, seriam repetidos hoje. Naquela época, ele já indagava, por exemplo, sobre o que considerar na tomada de decisões. No mundo corporativo, a ética pode ajudar a empresa a evitar problemas futuros e se proteger de prejuízos. Confira a entrevista com a filósofa Mônica Aiub e entenda melhor o impacto do tema nos negócios.

Qual é a definição de ética?

Em filosofia, quando tratamos de ética, nos referimos à reflexão sobre as melhores formas para conduzir nossas vidas, tanto individual quanto coletivamente. Sócrates, na Antiguidade, é considerado o fundador da “ciência do ethos”, na medida em que questiona os motivos pelos quais devemos agir desta ou daquela maneira, aceitar este ou aquele caminho como o melhor. No livro Ética a Nicômacos, apesar de escrito há séculos, Aristóteles trata de questões ainda atualíssimas, tais como: De que maneira conduzir nossas vidas e ações para atingirmos a felicidade? Em que consiste a felicidade? O bem? O melhor? O que considerar para decidir?

Como o funcionário – do chão de loja até o mais alto cargo – pode exercitar a ética?

Exercitar a ética no trabalho é pensar no que está fazendo, é agir considerando as consequências de sua ação. Mas, para isso, precisamos ter conhecimento. Sócrates afirmava, segundo os diálogos de Platão, que o pior mal é a ignorância. Posso fazer coisas terríveis por falta de conhecimento, mas as consequências ocorrerão e a responsabilidade pelas ações continua sendo minha, independentemente de possuir ou não um saber.

As lideranças das empresas são bons exemplos de ética profissional no Brasil?

Não podemos generalizar, mas quando uma empresa opta por correr o risco de pagar uma multa para não cumprir uma legislação ambiental ou trabalhista, como ocorre em muitos casos, não podemos considerar um bom exemplo de ética. Nesse caso, podem ocorrer desastre ambiental ou exploração do trabalho, e as consequências recaem sobre toda a sociedade. Gera, inclusive, problemas futuros para a própria empresa. Muitos líderes visam somente o lucro, se esquecendo de olhar para elementos mais amplos, necessários para a coexistência e, em alguns casos, para a sobrevivência futura. Daí a importância dos comitês de ética. Se forem organizados e conduzidos de modo adequado, eles poderão garantir um olhar mais abrangente e decisões capazes de proporcionar, ao mesmo tempo, lucro e vida.

Como deve se dar a Gestão da Ética no ambiente de trabalho?

A meu ver, o melhor caminho é permitir a reflexão. Christophe Dejours é um médico francês que estudou a loucura no trabalho, casos de suicídio gerados pela forma de gestão das empresas. Ele nos mostra, em sua pesquisa, que a mentalidade atual nos leva a prejuízos, não apenas sociais, mas para as próprias empresas. É preciso um olhar mais amplo para as necessidades da vida, do convívio. Poucos são os empresários que vislumbram isso, mas quando o fazem, ganham em resultados, inclusive os econômicos.

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